
10 dicas para se dar bem em exames nacionais
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é, hoje, um dos processos seletivos mais importantes do Brasil. Utilizado tanto para ingresso em instituições de ensino superior quanto para programas como o Sisu e o Prouni, ele exige preparação estratégica e domínio de uma vasta quantidade de conteúdos.
Já o Concurso Nacional Unificado (CNU), apelidado de “Enem dos concursos”, centraliza vagas em órgãos públicos federais, ampliando oportunidades e padronizando a avaliação dos candidatos. Ambos os exames compartilham um ponto em comum: demandam alto rendimento em um curto espaço de tempo.
Neste contexto de provas longas e extremamente concorridas, é comum que estudantes e concurseiros se sintam sobrecarregados e ansiosos diante da necessidade de memorizar conceitos, dados e fórmulas. A boa notícia é que existem formas eficazes de transformar esse desafio em um processo mais leve e eficiente, respeitando os ritmos do cérebro e otimizando o aprendizado.
Transformando memória em conhecimento
Para otimizar os estudos e garantir que o conhecimento seja retido de forma eficaz, o neurocientista e PhD licenciado em Biologia Dr. Fabiano de Abreu Agrela desenvolveu um conjunto de técnicas baseadas no funcionamento do cérebro. Essas estratégias têm sido adotadas por estudantes, incluindo Caio Temponi, o jovem conhecido pela sua aprovação em primeiro lugar em diversos vestibulares registrados no livro dos recordes brasileiro RankBrasil.
Para o especialista, a memória não é um ato de força, mas um processo que depende de fatores como atenção, sono, nutrição e, principalmente, emoção. “A memorização eficaz está ligada à forma como apresentamos a informação ao cérebro. É preciso criar conexões, despertar o interesse e respeitar os processos biológicos para que a memória de curto prazo seja convertida em conhecimento temporário e de longo prazo”, explica Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
Como se dar bem nos exames nacionais
Confira, abaixo, 10 dicas para otimizar o seu aprendizado e se dar bem em exames nacionais, conforme as técnicas desenvolvidas pelo Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
1. Entenda, não decore
A memorização é a habilidade de absorver informação de forma aprofundada, com altos níveis de atenção. Decorar é uma reprodução automática e mecânica. Em vez de decorar uma fórmula, entenda a sua lógica e o conceito por trás dela.
2. Aprenda ensinando
Uma das formas mais eficazes de verificar se você realmente aprendeu um conteúdo é ensiná-lo a outra pessoa. Este ato força o cérebro a organizar e reter a informação para poder transmiti-la, reforçando a memorização.
3. Estude em blocos com pausas
Em vez de estudar por horas a fio, divida o tempo em blocos de 20 a 30 minutos com intervalos de 5 minutos entre eles. As pausas são fundamentais para que a mente assimile o conteúdo e aumente a produtividade, evitando o esgotamento.
4. Crie mapas mentais e visuais
Organize a informação de forma gráfica, usando palavras-chave, símbolos e cores. Esta “geografia mental” cria conexões visuais que facilitam a recordação, especialmente de temas complexos.
5. Associe o novo ao que você já sabe
Ao aprender um novo conceito, vincule-o a uma memória de longo prazo já estabelecida. Associar uma data histórica a um evento pessoal, por exemplo, cria uma “âncora” que facilita o resgate da nova informação.

6. Use a emoção e a criatividade
O cérebro prioriza informações com carga emocional. Crie histórias engraçadas ou inusitadas com o conteúdo, transforme fórmulas em músicas ou imagine cenários para os eventos históricos. Isso ativa a amígdala, uma estrutura cerebral crucial para a memória emocional.
7. Priorize o sono
É durante o sono que o hipocampo trabalha para consolidar as memórias do dia. Dormir bem, especialmente durante a noite, é fundamental para que as sinapses se fortaleçam e o que foi estudado se transforme em aprendizado duradouro.
8. Invista em alimentos para o cérebro
Uma dieta equilibrada faz toda a diferença. Alimentos ricos em ômega 3 (peixes), flavonoides (chás), fisetina (morango, tomate) e vitaminas do complexo B (abacate, espinafre) ajudam a fortalecer o desenvolvimento cognitivo e a concentração.
9. Leia em voz alta e faça resumos
Ler o conteúdo em voz alta estimula a memória sensorial. Em seguida, escrever um resumo com as próprias palavras força o cérebro a processar e reforçar o que foi aprendido.
10. Elimine distrações e prepare o ambiente
O pré-requisito da memória é a atenção. Antes de começar, organize seu espaço, deixe-o limpo e iluminado. Desligue as notificações do celular e evite qualquer coisa que possa desviar o seu foco.
Atenção plena nos estudos
Para muitos, conseguir manter a concentração é a parte mais difícil na hora de estudar ou de realizar a mesma atividade por um longo período. Se você faz parte desse grupo, precisa conhecer o mindfulness, uma técnica que visa atenção plena, envolvendo variados exercícios com intuito de aumentar o foco.
A professora Antonella Carvalho de Oliveira, licenciada em Pedagogia e editora-chefe da Atena Editora, explica a técnica para melhorar a atenção:
1. Conheça o espaço físico
Em primeiro lugar, você deve escolher um ambiente tranquilo e organizado para iniciar seus estudos. Se permita observar e conhecer o espaço físico, tudo que está ao seu redor, para que nada disso seja inovador ou prenda a sua atenção depois.
2. Aplique o método pomodoro
Outro ponto essencial é usar métodos de estudo ou trabalho, como a pomodoro. Este, em específico, consiste em definir um tempo, geralmente 25 minutos, e fazer a sua atividade ininterruptamente durante esse período. Ao fim dos primeiros 25 minutos deve-se fazer uma pausa 5 minutos, momento em que a pessoa pode responder uma conversa, ver algo diferente etc., mas cuidado para não ultrapassar os cinco minutos. Essa minutagem pode variar de acordo com o tempo de efetivo de concentração que cada pessoa consegue alcançar.
3. Tenha um tempo de lazer
Lembre-se de não dedicar a sua rotina apenas a essa “obrigação”. Separe um tempo para meditar, fazer yoga ou qualquer outra atividade que te ajude a atingir leveza e seja prazerosa. Tudo isso faz parte! Os efeitos positivos são notáveis e vão desde controle da ansiedade a melhora da capacidade cognitiva!
Por Tayanne Silva