
10 plantas tóxicas para animais comuns em jardins e calçadas
Passear com os animais de estimação é um momento de lazer e bem-estar, tanto para o tutor quanto para o pet. No entanto, essa prática benéfica e aparentemente inofensiva exige cada vez mais atenção. Isso porque algumas espécies de plantas tóxicas para cães e gatos podem ser facilmente encontradas em jardins e calçadas.
“É cada vez mais comum que tutores de cães e gatos se deparem com plantas ornamentais em calçadas, praças e jardins residenciais. O que muitos não sabem é que algumas dessas espécies, apesar de belas, são altamente tóxicas para os animais”, alerta a Dra. Kelly Venâncio de Oliveira Muniz, docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ).
Segundo a veterinária, a maioria das intoxicações em cães e gatos ocorre justamente em ambientes domésticos e urbanos, onde essas plantas estão ao alcance. “A ingestão acidental pode causar desde irritações gastrointestinais até falência renal ou neurológica”, alerta.
Abaixo, confira algumas das plantas tóxicas para os animais que são encontradas facilmente em jardins e calçadas!
1. Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia spp.)
- Toxina: cristais de oxalato de cálcio;
- Efeitos: irritação intensa na boca e garganta;
- Sinais: salivação excessiva, dificuldade para engolir, vômitos e inchaço.
2. Lírio (Lilium spp.)
- Toxina: compostos ainda não totalmente esclarecidos, mas altamente nefrotóxicos em gatos;
- Efeitos: lesão renal grave, mesmo em pequenas quantidades;
- Sinais: vômito, apatia, perda de apetite e evolução rápida para insuficiência renal.

3. Espada-de-São-Jorge (Sansevieria trifasciata)
- Toxina: saponinas;
- Efeitos: irritação gastrointestinal;
- Sinais: náusea, vômito, diarreia e letargia.
4. Azaleia (Rhododendron spp.)
- Toxina: grayanotoxinas;
- Efeitos: comprometimento do sistema cardiovascular e nervoso;
- Sinais: vômito, salivação, fraqueza, arritmia cardíaca e convulsões.
5. Mamona (Ricinus communis)
- Toxina: ricina (uma das mais potentes conhecidas);
- Efeitos: destruição celular generalizada;
- Sinais: dor abdominal intensa, vômitos, diarreia sanguinolenta e convulsões.
6. Espirradeira (Nerium oleander)
- Toxina: glicosídeos cardiotóxicos (oleandrina);
- Efeitos: afeta diretamente o coração;
- Sinais: vômitos, salivação, bradicardia, arritmia e morte súbita.

7. Hortênsia (Hydrangea macrophylla)
- Toxina: cianogênicos (liberam cianeto);
- Efeitos: bloqueio da respiração celular;
- Sinais: vômitos, diarreia, dificuldade respiratória e convulsões.
8. Copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica)
- Toxina: oxalato de cálcio;
- Efeitos: irritação oral e digestiva;
- Sinais: salivação, edema de língua, vômitos e dor abdominal.
9. Bico-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima)
- Toxina: seiva com látex irritante;
- Efeitos: irritação de mucosas e pele;
- Sinais: salivação, vômitos, conjuntivite e dermatite local.
10. Manacá-de-jardim (Brunfelsia spp.)
- Toxina: brunfelsamidina e escopoletina;
- Efeitos: neurotoxicidade;
- Sinais: tremores, convulsões, rigidez muscular, vômitos e diarreia.
O que fazer se o pet comer plantas tóxicas?
Segundo a Dra. Kelly Venâncio de Oliveira Muniz, caso ocorra a intoxicação por planta, a principal recomendação é não provocar vômito no animal. “Jamais faça isso, pois alguns compostos de plantas tóxicas para pets podem causar queimaduras adicionais”, alerta.
Além disso, é essencial não medicar o animal. “Outra recomendação é nunca utilizar remédios caseiros, pois podem agravar a intoxicação. A recomendação, nesses casos, é levar o animal imediatamente a um médico-veterinário e, se possível, levar também uma amostra da planta ingerida, ou uma foto dela, o que pode auxiliar no diagnóstico”, recomenda.
Prevenção contra intoxicação causada por plantas
A prevenção começa pela informação e pelo cuidado do tutor durante passeios e no quintal de casa. “Muitas vezes o tutor só descobre que a planta é tóxica após um acidente. A melhor medida é a prevenção, evitando que cães e gatos tenham contato com essas espécies”, salienta Dra. Kelly Venâncio de Oliveira Muniz.
Para isso, ela recomenda alguns cuidados: “Durante os passeios, mantenha o pet na guia e evite que ele mastigue plantas desconhecidas. Vale a pena ainda ensinar comandos básicos, como ‘não’ ou ‘solta’, para interromper rapidamente tentativas de ingestão. Oriente também vizinhos e familiares sobre os riscos”.
Por Jean Martins