
5 benefícios da planta aroeira para a saúde e como usá-la
A aroeira é uma árvore nativa do Brasil pertencente à família Anacardiaceae, que inclui diversas espécies, como a aroeira-preta, aroeira-do-sertão, aroeira-verdadeira e a mais conhecida, aroeira-vermelha, caracterizada por suas folhas verde-claras e frutos pequenos, redondos e vermelhos.
Comumente chamada de pimenta-rosa, seus frutos são usados como condimento em variados pratos e bebidas, como salmão, molhos, frango e gim-tônica, conferindo um sabor levemente picante e adocicado. Porém, a aroeira não se destaca apenas na culinária: na medicina, seus frutos e extratos são valorizados por seus diversos efeitos terapêuticos. Confira, a seguir, alguns desses benefícios!
1. Tem ação antioxidante
O estudo “Schinus terebinthifolius Raddi (Brazilian pepper) leaves extract: in vitro and in vivo evidence of anti-inflammatory and antioxidant properties”, publicado na revista científica Inflammopharmacology, aponta que o extrato das folhas da aroeira tem compostos que agem como antioxidantes e anti-inflamatórios.
Pesquisadores mediram a quantidade total de compostos fenólicos e flavonoides (substâncias conhecidas por suas propriedades antioxidantes) no extrato e identificaram que os principais compostos encontrados foram flavonoides chamados miricetina-O-pentosídeo e quercetina-O-ramnosídeo.
A partir disso, eles analisaram um modelo de inflamação na orelha dos camundongos, induzida por uma substância chamada TPA e identificaram que o tratamento tópico com o extrato reduziu o inchaço (edema) e a atividade da enzima mieloperoxidase, que está associada à inflamação, em comparação com o grupo com tratamento in vitro. Eles também identificaram que o extrato da planta melhorou os marcadores relacionados ao estresse oxidativo, reduzindo danos causados por radicais livres.
2. Contribui para a saúde do sistema digestivo
A planta de aroeira também pode auxiliar no tratamento de problemas digestivos, como diarreia e cólicas, quando utilizada como chá. Esse benefício se deve às suas propriedades adstringentes e antiespasmódicas que ajudam a reduzir a inflamação do trato gastrointestinal e a aliviar os espasmos musculares, promovendo o conforto digestivo.
3. Ajuda a reduzir a pressão arterial
A aroeira pode ajudar a reduzir a pressão arterial graças aos seus compostos bioativos, como aponta o estudo “Phenolic Compounds Present in Schinus terebinthifolius Raddi Influence the Lowering of Blood Pressure in Rats”, publicado no periódico científico Molecules. A pesquisa identificou dois compostos fenólicos nos frutos da aroeira-vermelha: naringenina e ácido gálico.
Os pesquisadores utilizaram técnicas avançadas, como ressonância magnética nuclear e cromatografia líquida, para confirmar a estrutura desses compostos, que apresentaram altos teores de fenólicos e flavonoides. O estudo também avaliou o efeito desses compostos em ratos, administrando-os por infusão intravenosa, o que resultou em uma redução significativa da pressão arterial sistólica, média e diastólica — indicando o potencial desses compostos para diminuir a pressão sanguínea.
Para investigar o mecanismo de ação, foi realizado o teste rotarod, que avalia os efeitos no sistema nervoso e muscular. O efeito relaxante dos frutos da aroeira superou até mesmo o de um medicamento conhecido, o diazepam. “Isso confirmou que a atividade vasodilatadora exercida pelos frutos de S. terebinthifolius está relacionada aos compostos fenólicos presentes na planta, que são potentes antioxidantes e inibem o estresse oxidativo, principalmente no sistema nervoso central”, descreve o estudo.
Contudo, é importante ressaltar que a aroeira não substitui o tratamento e o acompanhamento médico em casos de pressão alta, bem como os bons hábitos de vida para o controle da doença.

4. Auxilia no tratamento de infecção urinária
A aroeira contém substâncias como taninos, flavonoides e terpenos, que podem inibir bactérias responsáveis por infecções urinárias, como Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa. Além disso, é rica em saponinas, compostos que possuem efeito diurético e ajudam a eliminar bactérias pela urina, contribuindo também para a redução da dor associada à infecção. Todavia, seu uso não substitui o tratamento e o acompanhamento médico.
5. Colabora para prevenção de condições neurodegenerativas
Estudos têm mostrado que a aroeira pode apresentar propriedades neuroprotetoras, especialmente a espécie Myracrodruon urundeuva (conhecida como aroeira-preta). Um exemplo é a pesquisa “Neuroprotective Properties of a Standardized Extract from Myracrodruon urundeuva Fr. All. (Aroeira-do-Sertão), as Evaluated by a Parkinson’s Disease Model in Rats”, publicada na revista Wiley, que avaliou os efeitos neuroprotetores de um extrato padronizado da planta (SEMU) em um modelo de doença de Parkinson induzida em ratos.
Os animais foram tratados com o extrato durante duas semanas e submetidos a testes comportamentais. Os resultados indicaram que o SEMU reverteu as alterações comportamentais provocadas pela lesão e ajudou a preservar os níveis de dopamina (DA) e DOPAC — substâncias fundamentais para o funcionamento do cérebro. O estudo também observou uma redução nos marcadores inflamatórios nos cérebros dos animais tratados, sugerindo um potencial efeito anti-inflamatório do extrato.
Como usar a aroeira?
A aroeira pode ser utilizada de diversas formas: em chás, como tempero, em banhos de assento, compressas ou pomadas fitoterápicas. Apesar de ser natural, é importante ter cautela: o uso prolongado ou em excesso pode causar irritações ou reações alérgicas, principalmente em pessoas sensíveis. Além disso, gestantes e lactantes devem evitar o consumo sem orientação médica. Para garantir o uso seguro e eficaz, sempre consulte um profissional da saúde ou fitoterapeuta.