7 animais que eram considerados sagrados no Egito

7 animais que eram considerados sagrados no Egito

No Egito Antigo, os animais ocupavam um lugar central na cultura e na espiritualidade. Mais do que companheiros ou seres da natureza, muitos deles eram considerados manifestações diretas dos deuses. Acreditava-se que, quando uma divindade assumia a forma de um animal, todos os indivíduos daquela espécie passavam a carregar uma energia sagrada. Isso significava que maltratá-los era um sacrilégio, e protegê-los, um dever religioso e social.

Com o tempo, o culto a esses animais se fortaleceu tanto que, nos períodos finais da civilização egípcia, muitos deles foram mumificados em rituais elaborados, semelhantes aos usados com os humanos. As múmias eram depositadas em locais específicos, como a Necrópole do Animal Sagrado, em Saqqara. A devoção era tamanha que eles recebiam cerimônias, túmulos, oferendas e templos.

A seguir, conheça sete das espécies mais veneradas pelos egípcios!

1. Gato – o símbolo da proteção e da harmonia

Um dos animais mais reverenciados no antigo Egito, os gatos eram vistos como guardiões espirituais e físicos Imagem: Mariia Romanyk | Shutterstock

O gato doméstico era um dos animais mais reverenciados no Egito Antigo, representando a deusa Bastet. Inicialmente associada à guerra, Bastet se tornou, com o tempo, a divindade da proteção, do lar, da fertilidade e da música. Os gatos eram vistos como guardiões espirituais e físicos: protegiam as casas de pragas como ratos e cobras e afastavam energias negativas.

A ligação era tão forte que, quando um gato morria, os tutores raspavam as sobrancelhas em sinal de luto. Eles também eram enterrados com rituais, em sarcófagos próprios e muitas vezes com oferendas. Estima-se que milhões de gatos tenham sido mumificados em todo o Egito.

2. Boi Ápis – a encarnação da força divina

O boi Ápis era uma encarnação viva do deus Ptah, criador do mundo, e mais tarde foi associado também a Osíris, senhor do submundo. Apenas um boi era escolhido por vez para representar Ápis. Ele precisava ter marcas específicas, como um triângulo branco na testa e o desenho de um escaravelho em seu pelo.

Vivendo em Mênfis, esse boi era tratado como um rei: tinha sacerdotes próprios, recebia alimentos especiais e era exibido ao público em festividades religiosas. Após sua morte, era mumificado e enterrado com grande cerimônia no Serapeu de Saqqara. Esse culto durou mais de dois mil anos, provando sua importância.

3. Íbis – o mensageiro da sabedoria

Os sacerdotes criavam as íbis em viveiros e as embalsamavam após a sua morte Imagem: Leonardo Dantas Teixeira | Shutterstock

O íbis, uma ave de pernas longas e bico curvo, era o símbolo do deus Thoth, divindade da sabedoria, escrita, matemática, magia e tempo. Thoth era o escriba dos deuses e responsável por manter a ordem cósmica. Os egípcios acreditavam que o íbis era um animal sábio, que trazia mensagens dos deuses e protegia o conhecimento.

Era comum encontrar muitos íbis mumificados em templos dedicados a Thoth, como o de Tuna el-Gebel. Os sacerdotes criavam essas aves em viveiros sagrados e, após sua morte, realizavam rituais de embalsamamento, com túmulos coletivos que abrigam até hoje milhares de múmias do animal.

4. Falcão – a visão divina do céu

O falcão era considerado o protetor do faraó Imagem: Wirestock Creators| Shutterstock

O falcão era associado a Hórus, um dos deuses mais importantes do panteão egípcio. Filho de Ísis e Osíris, Hórus era o deus do céu, da luz, da realeza e da justiça. Era representado como um homem com cabeça de falcão ou como o próprio animal.

Seus olhos simbolizavam o Sol (direito) e a Lua (esquerdo), e ele era considerado o protetor do faraó, que era visto como sua encarnação na Terra. Por isso, falcões vivos eram mantidos em templos, alimentados e protegidos como seres divinos. Quando morriam, eram embalsamados com cuidado e enterrados com oferendas, simbolizando a continuidade do poder de Hórus.

5. Cão – o guardião do além

Muitos cães foam encontrados mumificados, o que significava um sinal de zelo até o fim da vida Imagem: Sabine Hagedorn | Shutterstock

O cão, especialmente os de aparência semelhante a chacais, era associado ao deus Anúbis, divindade dos mortos e responsável pelos rituais de mumificação. Anúbis era representado com corpo humano e cabeça de cão ou chacal, e seu papel era conduzir as almas no além, protegendo os túmulos e garantindo a passagem segura ao submundo.

Por conta disso, os cães passaram a ser vistos como animais protetores espirituais. Muitos viviam próximos aos cemitérios e templos funerários e eram respeitados por todos. Alguns foram encontrados mumificados em necrópoles como a de Anúbis, com sinais de que foram tratados com zelo até o fim da vida.

6. Crocodilo – a força dos deuses nas águas

O crocodilo era considerado a representação do deus Sobek Imagem: Shutterstock

O crocodilo, temido e respeitado pelos egípcios, era a representação do deus Sobek, associado ao rio Nilo, à fertilidade e ao poder militar. Sobek tinha cabeça de crocodilo e corpo humano, e acreditava-se que ele protegia o Egito das ameaças externas, principalmente as que vinham pelas águas.

Em cidades como Faiyum e Kom Ombo, havia templos com crocodilos vivos mantidos em tanques sagrados, onde recebiam alimentos e cuidados. Após a morte, eram mumificados e enterrados em necrópoles específicas. Escavações revelaram muitas múmias de crocodilos, com tamanhos que variam de filhotes a grandes adultos, alguns envoltos em tecidos bordados.

7. Escaravelho – o símbolo do renascimento

O comportamento do escaravelho era associado ao movimento do Sol Imagem: efendy | Shutterstock

O escaravelho, um tipo de besouro que empurra bolas de esterco, encantava os egípcios por seu comportamento curioso. Eles associavam essa ação ao movimento do Sol pelo céu e o ligavam ao deus Khepri, a divindade do nascer do Sol e da renovação. Por isso, o animal se tornou um símbolo poderoso de transformação, vida eterna e proteção espiritual.

Era comum encontrá-lo esculpido em amuletos, anéis e estatuetas, usados por vivos e colocados em tumbas para acompanhar os mortos. Alguns escaravelhos chegaram a ser mumificados, demonstrando a reverência que o povo egípcio tinha por esse pequeno, mas simbólico, animal.

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