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Entenda como o excesso de açúcar e cafeína pode afetar os estudantes

Entenda como o excesso de açúcar e cafeína pode afetar os estudantes

A alimentação exerce grande impacto no funcionamento do cérebro, pois os nutrientes consumidos influenciam diretamente a saúde neural e a cognição. Enquanto alimentos ricos em ômega 3 e vitaminas favorecem a plasticidade sináptica e protegem contra inflamações, dietas com alto teor de açúcar podem causar danos que comprometem o equilíbrio de todo o organismo.

O consumo exagerado de açúcar pode ter diversos efeitos negativos no funcionamento do cérebro, conforme explica a nutricionista Thaís Lobo, professora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera. “O cérebro utiliza glicose como sua principal fonte de energia. No entanto, o consumo excessivo de açúcares simples leva a picos rápidos de glicose no sangue, seguidos por quedas bruscas. Essas flutuações podem prejudicar a capacidade do cérebro de funcionar de forma otimizada, afetando a concentração e a memória”, alerta.

A profissional também explica que embora o açúcar forneça energia rápida, o consumo excessivo e crônico pode desregular os mecanismos de produção de energia a longo prazo, levando a fadiga e dificuldade de manter a atenção.

Excesso de açúcar prejudica o estudante

Quanto ao impacto no desempenho de um jovem que está se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou para um vestibular, a nutricionista destaca que a principal fonte de energia para o cérebro é a glicose, mas o consumo de muito açúcar pode sobrecarregá-lo. Quando o cérebro é superestimulado, ele pode levar à hiperatividade e a mudanças de humor, sendo essas consequências sentidas rapidamente.

“O açúcar ativa intensamente o sistema de recompensa do cérebro, o que pode gerar ansiedade e emoções exageradas. Isso interfere diretamente na capacidade de foco e estabilidade emocional, especialmente em períodos de pressão como o Enem”, aponta Thaís Lobo.

Quantidades adequadas de açúcar

Alguns podem pensar que, por outro lado, a falta de açúcar pode ser prejudicial também, mas não é bem assim. A nutricionista esclarece que a falta de alimentação pode causar a hipoglicemia, e a forma mais eficiente de reverter esse quadro são alimentos ricos em carboidratos simples, como um copo de água com açúcar ou uma bala.

“Para um jovem com uma ingestão diária de 2.000 calorias, por exemplo, o ideal é que, no máximo, 200 calorias venham desses açúcares livres — o que equivale a aproximadamente 50 gramas de açúcar, ou cerca de 10 colheres de chá”, orienta Thaís Lobo.

A especialista ressalta que esse limite inclui não apenas o açúcar que adicionamos, mas também aquele presente naturalmente em sucos de frutas concentrados, mel e xaropes. É um convite à leitura atenta dos rótulos!

O consumo de frutas ajuda a fornecer carboidratos complexos ao organismo Imagem: Billion Photos | Shutterstock

Energia para os estudos

A boa notícia é que o corpo precisa de carboidratos para funcionar, especialmente o cérebro ávido por conhecimento. E é aqui que entram os verdadeiros heróis da nutrição: os carboidratos complexos. “Eles são a verdadeira base da energia de qualidade para os jovens!”, afirma Thais Lobo.

Com eles, é possível manter a energia para os estudos. “Diferentemente dos açúcares simples que causam picos e quedas rápidas de energia — levando àquela sensação de ‘pane’ cerebral no meio da aula —, os carboidratos complexos são digeridos lentamente. Isso significa um fornecimento de glicose constante e estável para o cérebro, essencial para a concentração nos estudos, uma memória afiada e a capacidade de manter o foco por mais tempo”, explica a nutricionista.

Consumo de cafeína

Além do açúcar, a nutricionista acende um alerta para o consumo de cafeína e destaca que pode interferir significativamente no desenvolvimento neurocognitivo, influenciar o sistema cardiovascular, além do risco de dependência e intoxicação.

“O consumo de cafeína entre adolescentes deve ser moderado. Em excesso, pode afetar o sono, aumentar a ansiedade e impactar o rendimento cognitivo. A recomendação é de, no máximo, 100 mg por dia, o equivalente a uma xícara de café”, ressalta.

Prejuízos da cafeína para a saúde

Sobre os sintomas, a especialista menciona que cada indivíduo reage de forma diferente à cafeína. Para muitos jovens, a promessa de mais energia, um estado de alerta aguçado e uma capacidade de concentração aprimorada soa como a solução perfeita para a rotina intensa de estudos e atividades. E, de fato, em doses moderadas, esses benefícios podem ser percebidos.

Contudo, Thais Lobo destaca um ponto crucial: essa relação nem sempre é de benefício mútuo. Em indivíduos mais sensíveis, o que deveria ser um impulso pode rapidamente se transformar em um empecilho. A cafeína tem o poder de atrasar o início do sono, roubar preciosas horas de descanso ou, no mínimo, comprometer profundamente sua qualidade reparadora — fundamental para a memória e o aprendizado.

Mais do que isso, a substância estimulante do sistema nervoso central pode gerar ansiedade, nervosismo e irritabilidade, transformando o que era para ser foco em um estado de agitação que só atrapalha o desempenho e o bem-estar diário.

Por Priscila Dezidério

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