
Veja quando recorrer a remédios naturais ou convencionais
Dores de cabeça leves, resfriados ocasionais ou até incômodos digestivos podem ocorrer no dia a dia. O uso consciente da medicação — seja ela natural ou industrializada — não só melhora contribui com o tratamento, como também evita exageros e efeitos indesejados. Segundo o farmacêutico e naturopata Jamar Tejada, saber quando recorrer à “farmácia da natureza” e quando optar pela “farmácia de balcão” é a chave para uma vida com mais saúde e menos efeitos colaterais.
“Não se trata de excluir a medicina convencional, mas de usar os recursos naturais de forma inteligente e complementar, principalmente nos quadros mais leves e recorrentes. O corpo dá sinais, e muitas vezes ele precisa de regulação, não de supressão imediata dos sintomas”, explica o profissional.
A seguir, Jamar Tejada explica como lidar com algumas questões de saúde, seja adotando a medicina natural ou a tradicional. Contudo, lembre-se que é importante consultar um médico ou farmacêutico. A automedicação, mesmo que natural, pode colocar o bem-estar em risco.
1. Dor de cabeça leve e recorrente
Medicação natural: o uso de magnésio, óleo essencial de hortelã-pimenta nas têmporas e plantas como tanaceto e gengibre podem ajudar. Entre os fitoterápicos mais indicados está o tanaceto com sua ação analgésica, relaxante e anti-inflamatória.
Medicação convencional: quando a dor é forte, persistente ou tem causas neurológicas, é importante consultar um médico, que pode recomendar o uso de analgésicos.
2. Dor de estômago e má digestão
Medicação natural: boldo, espinheira-santa, guaçatonga e camomila são alguns dos fitoterápicos utilizados, assim como cápsulas de enzimas digestivas e probióticos costumam resolver com eficiência.
Medicação convencional: em caso de úlcera, refluxo crônico ou gastrite diagnosticada, é importante consultar um médico, que pode recomendar medicamentos inibidores de acidez, pois devem ser usados com acompanhamento.

3. Gripe, resfriado e febre baixa
Medicação natural: vitamina C, própolis e homeopatia para sintomas específicos, assim como o fitoterápico equinacea e óleos essenciais de eucalipto e tea tree ajudam na imunidade e aliviam sintomas.
Medicação convencional: se houver febre alta ou muito desconforto, é importante consultar um médico, que pode indicar o uso de antitérmicos e analgésicos — estes não devem ser usados como primeira medida em sintomas leves.
4. Dor de garganta e coriza
Medicação natural: gargarejos com sálvia ou própolis, chás com gengibre e mel e sprays naturais manipulados podem ser eficazes.
Medicação convencional: se houver infecção bacteriana, pode ser necessário antibiótico prescrito. Por isso, é fundamental consultar um médico.
5. Cólica menstrual
Medicação natural: suplementos de magnésio, vitamina B6, óleo de prímula e chá de erva-doce ajudam no alívio das cólicas.
Medicação convencional: analgésicos e anti-inflamatórios funcionam bem, mas não devem ser a única estratégia para usar todos os meses. Por isso, é essencial consultar um médico.
6. Alergias respiratórias
Medicação natural: florais, fitoterápicos como perila e cúrcuma e a homeopatia podem atuar na prevenção e na redução da sensibilidade.
Medicação convencional: é fundamental consultar um médico, que pode recomendar o uso de antialérgicos em certos casos. Contudo, o uso prolongado exige cautela.
Do balcão à manipulação: por que contar com ajuda especializada
Para ter certeza da melhor opção de medicação, Jamar Tejada orienta que o ideal é ter um farmacêutico ou outro profissional de saúde que entenda as duas linguagens, a da medicina moderna e a da sabedoria natural.
“Muitas vezes, o tratamento integrativo não apenas resolve o problema, como evita que ele volte com frequência, sem tantos efeitos colaterais”, destaca o profissional, que completa: “Cada vez mais farmácias de manipulação e profissionais estão preparados para orientar o público nesse equilíbrio, com fórmulas personalizadas, seguras e eficazes, mas jamais faça um tratamento natural por conta própria, pois, apesar de naturais, eles podem ter sim efeitos colaterais”, finaliza.
Por Mayra Barreto Cinel